I will catch you if you fall - 8º capítulo

[...] - EU VOU FALAR COM ELE! - 

- Não Mel, calma! Olha, eu preciso ir agora, ok? Vou fazer o exame de sangue amanhã cedo, e depois da sua aula passo aqui para te avisar do resultado. Por favor, por mim, não fale com o Nicholas. Promete?

Respirei fundo.

- Prometo

- Melhor assim. Vem cá - ela me abraçou - torce por mim, ok? Estou indo. Amo você!

- Vou torcer Lu, e também amo você - eu disse, acariciando seu cabelo

Ela se levantou e se foi.

O dia se passou lentamente, enquanto eu ainda martelava uma solução para o que eu ouvira hoje, do Justin.

Assim aconteceu com o dia seguinte; as horas se passaram entediantes até chegar o momento de eu poder voltar para casa, ansiosa, é claro, para encontrar com Lucy. Foi tenso na escola, Justin me olhava o tempo todo, como se algo prendesse seus olhos à mim. O pior, é que eu sabia o porquê. Mas continuei agindo normalmente, claro, e acho que ele não percebeu que eu sabia de algo à mais... algo que não deveria saber.

Lucy estava sorridente quando eu a vi, parecia gotejar felicidade.

- MEL! - ela me abraçou assim que me viu - EU TENHO UMA ÓTIMA, ÓTIMA NOTÍCIA.

- O que? O que? Diga-me! - eu me animei enquanto nós sentávamos no sofá

- EU NÃO ESTOU GRÁVIDA! ERA ALARME FALSO!

- NÃO ACREDITO! AI MEU DEUS, ESTOU TÃO FELIZ POR VOCÊ!

- Eu disse para o Nicholas, e ele quis voltar.

- Diz pra mim que você não aceitou

- É lógico que não aceitei. Inclusive, acho que já estou gostando de outro.

Eu me espantei.

- Mas assim, tão rápido? E quem é?

- Sabe o Justin? Então, ele!

Meu estômago revirou, e eu senti minhas veias pulsarem mais fortes

- Justin não! - eu disse, rispidamente

- Ué, porque não amiga?

Eu parei, olhando-a. Porque eu tinha dito aquilo? Porque eu estava com... raiva?

- An... ér... - gaguejei, sem conseguir achar uma resposta coerente - Acho que ela está namorando - menti.

Meu Deus, mas porque eu estava mentindo? Isso era ridículo. Não tinha motivos para isso.

- Ah - ela cerrou os lábios - bom, espero encontrar outra pessoa, então...

- Alguém melhor que o Nicholas, de preferência - acrescentei

Ela riu

- Com certeza. Agora preciso ir amiga. Te amo - ela me abraçou

- Ah, também amo você - abracei-a

E ela disparou porta afora.

Eu precisava, vamos dizer, analisar meu comportamento estranho. Porque tinha mentido? Porque tinha sentido tanta raiva? Na verdade, não era raiva. Era outro sentimento, um sentimento que antigamente eu sentia quando... quando... quando via David com outras garotas.

Ciúme, conjecturei.

Eu estava sentindo ciúmes do Justin? Mas... porquê? Isso não era normal. Não mesmo. Será que eu estava gostando dele?

Minha cabeça girou sem respostas, e eu subi para meu quarto, na esperança de poder pensar melhor.  E, para piorar as coisas, Justin me ligou.

- Alô? - atendi

- Oi Mel. Então, eu liguei... an... para...

- Para?

- Ai, nada

- Diz o que é

- Ouvir sua voz.

Ok, eu precisaria de um psicólogo.

- Ouvir minha voz? Mas... porquê?

- Mel, eu preciso te explicar um negócio. Negócio que eu ia explicar ontem, mas como você sabe... não deu. Você pode vir aqui em casa, amanhã, antes do horário da escola?

Gelei.

- Claro... se eu não morrer de curiosidade até lá

- Boba - ele riu - agora preciso desligar... ér, beijos, tchau

- Tchau.

Eu estava com dor de cabeça, ao final da ligação. Precisei de um minuto para me mover e pegar um remédio.

Alguma coisa estava acontecendo comigo, e eu não sabia o que era.

[...]

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