I will catch you if you fall - 42º capítulo

"Mostre-me como ser inteiro novamente." - Castle Of Glass, Linkin Park

Eu não sabia porque estava fazendo aquilo. Eu sempre fiz as coisas por impulso, sem me preocupar com as consequências. Eu era irresponsável.

Mas eu tinha que aprender à me controlar, porque atitudes machucam. E a última coisa que eu queria era ver Niall magoado.

O problema era que eu já tinha magoado.

- Não, não! - ele arquejou quando o beijo acabou, se virando de costas para mim e se apoiando na parede com um braço. - Você não pode simplesmente me magoar e depois vir me seduzir. O pior é que você consegue.

- Desculpe - eu disse, mordendo os lábios.

- Odeio o fato de não conseguir parar de amar você.

- Sinto muito.

- Nossa, estou vendo como você se sente, obrigado pelo apoio.

- Eu não queria...

- Então ele veio aqui e te obrigou à fazer o que não queria?

- Não. - Suspirei. - Mas eu ia dizer "eu não queria magoar você".

- Tarde demais.

- Você não vai se virar?

- É mais fácil conversar com você com alguma coerência desse jeito.

- Por quê?

- Porque assim eu não estou vendo seu rosto, e é mais fácil pensar.

- Ah.

- Eu pensei que você estava chateada demais para voltar com ele. Parece que eu me enganei, não é?

- Niall...

- Não tem Niall! - Ele se virou, me encarando. - PORRA CUSTAVA TER TERMINADO? CUSTAVA? NÃO IA MATAR VOCÊ! QUANDO VOCÊ SE JOGOU NOS MEUS BRAÇOS ONTEM, EU PENSEI QUE IA TUDO FICAR BEM, QUE VOCÊ IA RECUSÁ-LO E QUE ELE IRIA EMBORA, MAS HOJE EU TIVE O PRAZER DE LIGAR A TV E SABER QUE ELE VEIO AQUI, E ALÉM DE TUDO PASSOU A NOITE COM VOCÊ! E DEPOIS EU TE VEJO ASSIM! - Ele estremeceu, tirando uma mecha de meu cabelo do pescoço. - QUER SABER? FOI A PIOR COISA QUE ALGUÉM PODIA TER ME FEITO. 

Eu sentia lágrimas nos meus olhos, porque eu estava total e intensamente culpada. Me senti a pior pessoa do mundo.

De novo.

Era incrível ver como meus erros eram constantes, como eu tinha o dom de machucar as pessoas.

A realidade é que, de uma maneira ou de outra, eu afasto as pessoas de mim. Sempre.

Ele se virou e saiu dali antes que eu pudesse falar alguma coisa. 

Eu não estava a fim de ter um acesso de choro agora. Então eu me levantei, troquei de roupa (cliquem aqui) e peguei as chaves do meu carro. 

Antes que eu passasse pela porta, Amy chamou:

- Hã, Melanie?

- Sim? - Eu me virei.

- Bom... sua mãe deixou ordens para que se a senhorita saísse, eu chamasse o segurança para lhe acompanhar.

- Ah, não - gemi.

- Desculpe.

- Amy, você faria uma coisa por mim?

- Depende. - Ela estava cautelosa.

- Olha, me deixa sair escondida? Por favor, por favor! Eu preciso!

- Ai meu Deus... olha, eu não sei não...

- Por favor, por favor! É importante.

Ela suspirou.

- Tá bom, mas e se sua mãe descobrir?

- Eu digo que fugi, sei lá, mas não vou entregar você, ok?

- Tudo bem... o que eu não faço por você, né?

- Obrigada, você é a melhor! - eu disse, a abraçando e saindo dali logo em seguida.

[...]

- Amor! - exclamou Justin ao me ver, me abraçando. Em seguida me beijou. - Você está bem?

- Sim - menti.

- Você está mentindo. O que foi?

- Nada, nada...

- Diz, poxa.

- Tá, é que tipo, bom...

- Eu adoro isso - ele me interrompeu.

- O que?

- O jeito que você fica gaguejando quando tem algo para falar.

- Bobo.

- Por você... mas, continue.

- Então, você sabe que metade do mundo está sabendo que você foi lá em casa ontem, não é?

- Quê? - Ele crispou a testa.

- É, pois é. Parece que tinha paparazzis te seguindo ou coisa assim.

- Malditos.

- É. E então o... o...

- O?

- O Niall viu isso na tv hoje, e sabe ele foi lá em casa e me falou umas coisas, quer dizer, ele está certo. E isso fez eu me sentir culpada. Ah! Tirando o fato de que minha mãe me proibiu de te ver, ou seja, eu estou aqui porque fugi.

Sua boca se abriu lentamente.

- Nossa - murmurou, por fim. - Eu estou estragando tudo, não é?

- Você nunca estraga nada.

- Estrago sim, tipo, droga, eu só estou criando problemas para você. E o Niall, bom, quer dizer, ele cuidou de você. 

- Eu sei, eu não queria magoá-lo.

Ele me puxou para seu peito, afagando minhas costas.

E eu me senti protegida. Foi como se todos os meus problemas tivessem sumido quando ele me tocou.

- Nunca vou me perdoar por ter deixado você - murmurou.

- Não se culpe.

- Como não? Tudo isso que está acontecendo é culpa minha.

- Não é.

Ele levantou meu rosto delicadamente com o dedo, e olhou no fundo dos meus olhos.

- É, sim. Mas eu nunca vou deixar você de novo, está bem? Você vai ter que me aguentar para o resto da vida, se me quiser.

- Eu quero.

Ele sorriu, aquele sorriso que fazia meu mundo parar, e em seguida selou nossos lábios.

- Eu te amo - ele disse.

- E eu te amo muito mais.

Nunca pensei que eu pudesse me sentir bem de novo. Inteira. Pude sentir meu coração batendo no peito, o sangue pulsando quente e rápido por minhas veias de novo. Meus pulmões encheram-se do doce aroma que vinha da pele dele. Era como se nunca tivesse havido um buraco em meu peito. Eu estava perfeita - não curada, mas como se nunca tivesse havido ferida.

(frase de Lua Nova)

- Quer ir ao Starbucks?

- Claro.

- Você está muito linda hoje - comentou, pegando minha mão e girando-me.

- Bobo, obrigada.

- Mas continua nanica.

- Cala a boca, você que é alto demais.

Ele riu, colocando as mãos em volta da minha cintura.

- Eu senti muita falta disso - disse ele.

- Eu também.

[...]

Justin tinha acabado de estacionar o carro. Assim que colocamos os pés para fora, apareceram dezenas de paparazzis. Cobri o rosto, irritada. Caralho, eu odiava isso.

Quando entramos no Starbucks, uma garota pediu um autógrafo e uma foto. Justin foi gentil com ela, e o que mais me surpreendeu foi que depois ela pediu para tirar uma foto comigo.

- Vocês são uns doces, obrigada! - agradeceu antes de ir.

- Não há de quê. - Eu sorri.

- De nada, shawty - disse Justin.

Fizemos nossos pedidos e nos sentamos, Justin afagando minha mão estava em cima da mesa.

- Faz quanto tempo que você não come? - perguntou ele, me encarando.

- Não sei - respondi sinceramente.

- Não pode fazer isso consigo mesma. - Ele me fuzilou com os olhos.

- Não tenho fome.

- É claro que tem! Você não parece humana.

- O que quer dizer com isso? 

- Você parece que vai sumir à qualquer momento. 

- Está me chamando de magra?
- Esquelética.
Minha boca se abriu lentamente.
- Nossa, obrigada.
- Só estou preocupado com você.
- Hum. - Cruzei os braços e virei o rosto.
- Ei, não fique chateada. Só quero seu bem.
Não respondi.
- Ei, psiu, olha para mim.
Continuei calada.
- Ei mozinho.
Eu estava quase cedendo, mas consegui me manter quieta.
- Te amo princesa.
Um sorriso involuntário se espalhou pelo meu rosto. Eu me virei e olhei para ele.
- Isso é golpe baixo - murmurei.
- Seus cafés estão prontos - disse uma voz feminina. Ela colocou os cafés na mesa e sorriu para Justin com uma cortesia desnecessária.
- Obrigado - murmurou Justin friamente, me olhando.
O sorriso dela desapareceu e ela se virou.
Eu ri.
- É sempre assim? - perguntei.
- O quê?
- As mulheres se oferecendo para você.
Ele deu de ombros.
- Não sei. Não presto atenção. Só tenho olhos para você.
Eu corei, mas sorri.
- Eu te amo - sussurrei.
- Também amo você.
Ficamos nos encarando por um minuto, em silêncio, enquanto tomávamos o café.
- Shawty, não é? - quebrei o gelo.
Ele riu.
- Está com ciúmes?
- Claro que não!
- Claro que está! Olha suas bochechas estão vermelhas.
- Não é isso, idiota, eu sempre fico vermelha perto de você.
- Por quê?
- Porque você consegue me deixar tímida.
- Você? Tímida? Eu não acho. - Ele deu um sorriso malicioso.
- Idiota, você sabe que eu sou.
Ele riu.
- É, eu sei. Mas ficou com ciúmes, não é?
- Não - falei, mas ridiculamente minha voz falhou.
- Amor, você é uma péssima mentirosa.
- Não, eu sou uma ótima atriz.
- Duvido.
- Quer ver?
- Claro.
- Ok, qual seria a pior mentira que eu podia contar? Hmmm... Ah, já sei.
- Vá em frente.
Eu ri, mas depois recompus minha expressão numa máscara serena e fria. Quando falei, minha voz estava cortante.
- Eu não amo você - objetei. - Nunca amei. Quero que vá embora. Quero que suma da minha vida. Você não tem utilidade nenhuma. Odeio você.
Ele me encarou, chocado.
- Caramba, acho que você tem mesmo atuação nas veias. Você parece sua mãe. Devia ser atriz. Ganharia um Oscar!
Eu ri.
- Exagerado. Mas, de qualquer forma, eu já fiz curso de teatro.
- Rá! Isso explica.

[...]

Assim que cheguei em casa e me certifiquei que minha mãe não tinha chegado ainda, fui para a casa de Niall. Phe me atendeu.
- Ah, oi. - Ele parecia chateado.
- Phe...
- Não quero papo.
Suspirei.
- Poxa, não fica assim... - murmurei, manhosa, o abraçando.
- Nem vem.
- Tá chateado comigo?
- Mas é claro!
- Por quê? - Fiz um beicinho.
- Você sabe perfeitamente porquê.
- Não sei, não.
- Tá legal, você quer saber? Quer mesmo? Então vamos lá. Quando aquele filho da pu...
Ergui um dedo para impedi-lo.
- Não fale isso. A mãe dele é um doce de pessoa, e ele também, acredite.
- É mesmo? - Ele ergueu uma sobrancelha. - Então me explica porque ele foi embora e te deixou no pior estado possível, me explica porque eu tive que ficar literalmente cuidando de você, e me explica porque justo quando você estava bem ele tinha que voltar e estragar de novo, vai, me explica.
- Você não entenderia. Mas eu amo ele. Isso você consegue entender, não é?
- O Niall também te ama.
- Mas eu não amo ele como eu amo o Justin.
- Aí amanhã ele vai embora e você começa a sofrer de novo.
- Ele não vai.
- Você já esteve convicta disso antes, não é?
- Sim, mas...
- Mas nada.
- Escuta aqui, você me ama.
- É óbvio.
- Você me quer feliz?
- Claro.
- Então não proteste. Porque só ele pode me fazer feliz, tá legal?
- E o Niall? Ele não pode?
- Isso eu vou resolver com ele agora.
- Patético.
Eu ri.
- Ei, eu te amo, tá? Você sempre vai ser meu melhor amigo. Essa é a melhor parte de ser amigo... Porque você pode ter vários e não precisa magiar nenhum deles.
- Eu não gosto de você ter vários amigos. Eu fico com ciúmes. Você é minha.
- Idiota! Não se preocupe, você é o melhor  de todos.
- Melhor assim.
Eu ri de novo.
- Onde está o Niall?
- No quarto dele.
- Onde fica? - perguntei. Se tentasse achar sozinha, provavelmente me perderia naquela casa imensa.
- Vem, eu te mostro. - Ele pegou minha mão. Não recurei, porque com ele era diferente. Sem segundas intenções. E isso era bom.
Ele me guiou pela casa, até que chegamos num corredor do segundo andar. Em meio à tantas portas, o quarto dele era o último. Phe me deixou ali e eu bati na porta.
- Entre - murmurou a voz de Niall.
Abri a porta, e o encontrei sentado na cama com um macbook no colo. Ele fechou ao me ver, sorrindo.
- Oi - disse.
Um nó apertou minha garganta.
- Oi - murmurei, me aproximando da cama e me sentando. - Acho que nós precisamos conver...
- Eu sei o que veio fazer aqui - ele me interrompeu. - Sei que veio terminar tudo.
- Como sabe?
- Porque tá na cara que você vai ficar com ele.
- Niall...
- Não precisa se desculpar, está bem? Você me parece mil vezes melhor do que estava antes dele chegar. Parece feliz. Olha, você tem até cor no rosto! Sabe, eu te amo. Nunca vou deixar de amar. Sendo assim, quero que você seja feliz. Isso é piegas, nossa. Mas é verdade. Ele é como uma droga para você, Mel. Vejo que não pode viver sem ele. Mas se ele te fizer sofrer de novo eu juro que quebro a cara dele. Eu ainda o odeio, mas fazer o que, né?
- Você é incrível. Eu sei que vai achar alguém, alguém que te mereça. Obrigada por me entender.
- Não, não vou. Porque, para mim, sempre vai ser você.

+80 comentários

AAAAAAAAAAAAAAH QUE SAUDADES DE VOCÊS <3, GENTE TO MORRENDO, NÃO AGUENTO MAIS FICAR LONGE DAQUI </3
Expliquei o que está acontecendo >aqui<, então leiam por favor, e espero que entendam.
Não sei quando vou postar novamente, e só estou postando agora porque estou no notebook da minha prima e tal.
Encham meu saco no ask, perguntem qualquer coisa, sobre mim, ou sobre o Justin sei lá, eu entro todo dia pelo celular para responder. Ah, e estou planejando escrever uma fanfic chamada I Knew You Were Trouble depois que terminar essa, se quiserem saber mais sobre ela me perguntem no ask.
Beijos, amo vocês e já estou com saudades </3